Sunday, December 12, 2010

Uma filosofia de vida


Um grande foco de luz à esquerda
Intuição
Curvos caminhos a escolher
Tentação
Garras visuais às faíscas a jazer
Inspiração

Desprendendo o efêmero físico
De quaisquer necessidades de estímulos
Com toda a imagem inextinguível
Daquele insigne Bem sentido...
-

Tempos Modernos

A janela do horror abriu-se
Escancararam-se os males tribais
O efeito amedrontador surtiu-se
Entre os velhos e novos rivais

Agora se conhece o inaudito
Perpetuam-se as chagas
Escuta-se o estampido
Que dispersa a praga

Luta-se sempre, luta-se mais
É do instinto a incoerência
Que sacrifica os demais
E até a própria existência

Saturday, December 11, 2010

soneto triste



Quando penso no sentir, desencanto
Perco-me nas asas do fluir vital
Apatia, carência de um ser humano
A apaziguar a desordem tal

Como a incompletude feminil
Espetando o coração em tristeza
Pulsações pelo sangue e a mil
Mostra a fragilidade acesa

Emoção infantil, cerne sutil
Acordado pela dor, dilacera
Espedaça máscaras de vã cera

Superfície perde o que assumiu
Invade, uma aura de abstração mor
Intentando mover algo com amor

~

Lost Nigth



Bebi demais, vomitei letras com vodca e sangue-água torpe
embolados em verde-água-morta do estômago em prosa.

Coração em sangue de menstruação bifurcando o cerebelo na caída diante o espelho
deformado de hóstia regurgitada, ossos estiolados, carnes que não comi, vidas que não vivi
pela boca do estômago esmagado, dolorido, esvaziado em fatigados fluidos

Restos de álcool queimado no fogo do cigarro apagado na epiderme
a marcar dor sem física sensação

Umidade branca seca dos orifícios esvaindo-se
até só cuspir ar que respira sem oxigenar nos espasmos do vomitar o Nada

O que sobra até esperada ressaca sóbria da manhã de culpa estiolada.
No Nada Sou.

Afetações


Cada letra que escrevo dói como espeto
A sensação de abandono reina
Neste mundo circunspecto
A aflição é plena

Ilha de dúvidas e ignorância
Caracterizam minha andança
Sem ser humana
Sem ser humano

Ah! Chuva que me desvela
Deixa meu coração com frio
E tudo de mim revela

A solitude traz calafrios
Mas nem tudo se perde
Pois o tudo está já vazio

{...}


Cada letra que escrevo dói como espeto
A sensação de abandono reina
Neste mundo circunspecto
A aflição é plena

Ilha de dúvidas e ignorância
Caracterizam minha andança
Sem ser humana
Sem ser humano

Ah! Chuva que me desvela
Deixa meu coração com frio
E tudo de mim revela

A solitude traz calafrios
Mas nem tudo se perde
Pois o tudo está já vazio

{...}

Ela


No Sol do inverno tropical
com o vento enviando arpões
aranhas tecendo suas teias
agouro da destruição no início do temporal

Cai a noite, um feixe de luz surge
acaricia a mistério, escuro, sujo
uma calma reclina sobre a cama
balançando susurros: - ele te ama!

No torpor do silêncio, ambiente vazio
o último grito estridente, frio
é Ela, vem mansa e depressa

Encobre o corpo, abala a respiração
finaliza seu golpe, para o coração
o olhar escncara a morte e sua presa

Thursday, July 8, 2010

Caminhando para o Fim - Pena de Morte



à frente, interminável corredor
atrás, três bruta seres a cacetete
aos lados, vista listrada, ferrada

barulhos metálicos contra as verticais
vozes entrecortadas, cruzadas, queimadas
passos extra sombrios, articulados, arbitrários, intermináveis

bem no fundo, fungados, choros animais
espia modesto o novo lar
expia com protesto seu velho ar

dia, hora, ano, modo
é marcado o Final
crianças rangendo dentes

ante a cadeira do dentista
eis o equivalente
a esses míseros - é, não dista

Saturday, April 3, 2010

Medo






Renasce angústia, ansiedade, solitude, incompreensão...
Oh, Senhor! Onde eis de estar minha razão? Ou seria desrazão?

...aflição, sem dúvida! Fumo? Tomo rivotril? Haha! Qual a menor pior solução?

Muita mágoa no coração! Paralizante má água escorrendo pelo rio de lágrimas inexistentes em meu olho físico, ardentes na visão do espírito!

"O que eles cantam, se pássaros
É diferente de todos
Cantam numa linha baixa
Com voz de pássaro rouco"
João Cabral de Melo Neto

E lá vou eu a repetir em pensamento:
"É preciso um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante." Nietzsche

E dá-lhe, mistério dolente!