Sunday, July 19, 2009
neuroléptico
soy un cuerpo a murir en estas líneas
mientras haz el efecto
de la medicina demasiada que,
por tanto de resistir,
he tenido que tragar todo a la vez
soy esta alma a esperar
el descanzo deseado y requerido;
a dejar esta temprano vieja y fea carne
esto corazón más que doloroso angustiado
a pedir por la paz
todo solo me obriga a hacerlo dormir
y suprimir todo el mal
que hiz al mundo y el otro
perdón por me he conocido
y, así, la verguenza de saber iso
gracias por su gentileza, cavallero
hasta otras vidas, o no
adiós, espero
Thursday, July 16, 2009
Confesso? Você decide!
Sofro, tremo, arrepio. Mesmo o controle só vem tardio. Culpa, remorso, solidão. Motivo? Lamento, não sei onde se enfiou a explicação. Ninguém me entende. Decidi ficar com a fé e lembranças boas, embora eu me sinta de outro universo. Expio agora o que nem sei se compreenderei um dia. Abro mão de minha mente, pois meu espírito consente. Entrego-me. Ainda sem ser humana, sem ser humano. Espero. Desentendo. O silêncio me corrói tanto quanto as vozes ensurdecedoras escutadas só por mim. Muda, não muda, eis o que descobrir. Minha identidade, meu lugar, minha responsabilidade, que mais haverei de buscar?
Execráveis entes estes que introinvadem a carne, o sangue, o osso, o funcionar cerebral. Caverna abismal de trancas inxoráveis os abrigam com suportes mascarados, próprios pais. Choque! Delírio tenta negar, porém a nefasta dor dilacera tudo: resto... perplexa!
Envenenada pelo não nomeado, inscrito no sensitivo, endiabrado no coletivo, "pero no mucho''. Arde, queima, escoa e lesa, pesando o misterio a tapar a claridade, driblando todas buscas de oportunidade. Soçobro... Nesgas de futilidades, entrego-me, aquebrantada.
Saturday, July 11, 2009
Tumor psíquico
No vale das chuvas, onde reinavam corcéis alados e faziam brilhar suas crinas douradas, ela se perdia andando pelo teto com a pele sentindo as gotas de mel vindo das avessas núvens do arquipélago.
O silêncio, estrondosamente surdo, penetrava-lhe nas entranhas pelos órgãos perdidos e desviados de suas funções.
A brisa úmida, cheirando terra molhada, atingia-lhe as vistas pelo odor transmutado na movimentação pela percepção ininteligível.
As vozes pelo nariz se debatiam arrulhando o clima desse espírito inapreensível.
Ao tempo se servia, enquanto à morte não jazia, explodindo pelas veias o mel amargo a que sua sede não satisfazia, contudo o dourado expandia seu brilho pelos poros que tanto ardiam naquela transcedente vivência que a surpreendia.
No desvalor daquela existência malquista e desprezível subiam e desciam os ares compostos e decompostos em involuntárias recepções e doações à sua revelia.
No entremeio, após receber o sopro da vida um pouco antes de doá-lo, então sentia o nada, o tudo, a inutilidade de toda a algaravia imaginada de fractrais mentais dissolvidos no deslizamento sem fundamento deste decorrer do tempo paralizado nesse andamento.
Tuesday, July 7, 2009
Frio
Não enxergo luz no futuro. Estou com frio, medo, confusa. Parece que muita gente espera coisas de mim e sou depreciada porque não respondo. O mundo inteiro contra e querendo-me mal, embora isso não seja externalizado. Uma pressão forte no peito, muito medo e tristeza.
Desejo ser autora de minha história, escrever o meu destino, assinar minha identidade, com orgulho e liberdade, contra a hipocrisia e trivialidade, aguentando as pressões e as superando com minha personalidade. Possuo ser, interioridade, inatingíveis por quaisquer pretensas autoridades.
Sou bebê no saber, idosa no sofrer, jovem no incompreender...
Questiono a vida, questiono a morte, questiono a Lei, questiono a sorte...
O que quer a dúvida nesta incômoda aguilhoada que perfura meu coração?
Tenho nome e história, família e memória, objetos e trajetória, só careço de projeto e vitória.
Tenho estudo e sentimento, tenho lazer, divertimento, só careço de uso e fundamento, talvez discernimento.
Tenho educação e cultura, só careço de estima e aventura.
Tenho habilidades e defeitos, careço intimidade e respeito, talvez também de preceitos...